No topo da Pedra Redonda, Monte Verde/MG

Monte Verde: aconchego e aventura em Minas Gerais

Monte Verde é daqueles lugares que dá vontade de abraçar. O distrito, que faz parte de Camanducaia, é perfeito para quem gosta de comer e beber (bem e bastante!), praticar ecoturismo, curtir o clima friozinho da montanha (friozão no inverno!) e esquecer da loucura da cidade grande. O acesso, partindo de São Paulo, tem pouco mais de 160km, por estradas boas e bem asfaltadas, mas com muitas subidas e curvas.

Dessa vez o ViaGi pegou estrada em família e os detalhes todos você confere a seguir. Vamos? o/

A chegada em Monte Verde

Nossa viagem começou na sexta-feira, dia de 26 de junho/15, aniversário do papai! 🙂 A ideia era poder aproveitar o dia com ele, mesmo que fosse na estrada. Saímos de São Paulo por volta de meio dia, para almoçarmos já em Minas Gerais e chegarmos ainda com o dia claro, porque já sabíamos que o caminho para a nossa pousada não era dos melhores (nenhum caminho em Monte Verde é, na verdade).

Chegamos em MV por volta de 16h, porque gastamos um tempinho em Extrema, almoçando delícias de Minas e dando início às comemorações de aniversário.

Entrada de Monte Verde <3
Entrada de Monte Verde ❤

A Av. Monte Verde já estava com tudo aberto quando chegamos, mas optamos por subir, fazer o check-in, descansar um pouquinho e descer para o jantar.

A primeira grata surpresa foi a chegada na pousada (Estrela Alpina, ex-Pousada Mandaracá). Eu havia lido muitas resenhas negativas no TripAdvisor no que diz respeito à localização, aquecimento de chuveiros e quartos etc., mas resolvi arriscar porque me parecia uma ótima opção na montanha, com bom custo-benefício para os padrões de MV. E assim foi. A pousada é linda, bem localizada sim (vou explicar já já), quartos enormes e quentinhos (ficamos na opção com aquecedor e não lareira, porque não curtimos muito aquele cheiro de lenha pra dormir), chuveiro ótimo e quente, café da manhã delicioso, vista incrível. Nota 10 aqui! 😉

Sobre a localização, preciso dizer que ir à MV e não se hospedar na montanha é perder metade da viagem. Ficar hospedado na parte baixa não te livra de ter que botar o carro na terra + pedras e ainda não te dá o charme que é acordar, abrir a janela e ter uma vista maravilhosa pra começar o dia. Então, pra aproveitar as melhores experiências de lá, vá preparado: você vai pegar estrada ruim sim, vai pegar subida sim, vai judiar um pouquinho do carro sim. Não tem como escapar. A recomendação aqui é sempre procurar chegar ainda com o dia claro, para conhecer bem o caminho que será seu por 2 ou 3 dias.

Ainda sobre a localização e acesso à pousada, eu poderia dizer que é dos melhores. Isso porque a Rua das Montanhas, que dá acesso ao local, é a rua onde todos precisam passar para subir para as principais trilhas (Pedra Redonda, Pedra Partida, Platô…), e é bem na esquina da Pousada o limite onde a maioria dos carros conseguem chegar. Dali em diante só bons (leia-se loucos) motoristas sobem com carros mais baixos ou então com jipes 4×4. Então a rua acaba virando um estacionamento e os carros vão chegando e se ajeitando por ali. Nós, como estávamos hospedadas na cara do gol, deixamos o carro lá mesmo, guardadinho, e saímos andando para o passeio, que vou contar mais adiante.

Os passeios (e comida, bebida/ comida, bebida/ loop infinito)

Bem, ainda na sexta, depois do descanso da viagem, saímos para conhecer a vilinha e jantar. E aí vem outra quentinha surpresa! Minha mãe comentou que viu, logo na entrada da cidade, uma casa com uma placa escrita “só sopas”. Como queríamos algo leve e todos nós adoramos uma sopinha/caldo, fomos lá conferir.

O Só Sopas é uma casa (casa mesmo, tipo de vó do interior), e os donos são pai e filha. Ele cozinha, ela cuida do atendimento. O lugar é simples e as sopas são bem gostosinhas. Minha irmã foi de caldo verde, meu pai de feijão, a mamãe de canja, e eu escolhi a de lentilha (a melhor entre todas as outras!). Acompanha ainda uma taça de vinho (seco ou suave), torradinhas e patês. O preço por porção é super acessível (R$ 24,90). Lá não aceita cartões, só cheque ou dinheiro.

Sopa e vinho no Só Sopas
Sopa e vinho no Só Sopas

Depois do jantar ainda demos uma voltinha pela vila e logo subimos, porque o frio estava de doer e pretendíamos, Cristina e eu, acordar cedo para a trilha.

E assim foi! Acordamos por volta de 9h, tomamos um super café da manhã e enquanto meus pais aproveitavam a vista da pousada, lá fomos nós duas para a Pedra Redonda.

Saímos da pousada e começamos a subida para a trilha, não sem antes pararmos na subidinha, logo na saída, para acompanharmos os perrengues dos motoristas que se arriscavam na ladeira de terra (~risos~).

Rua das Montanhas, onde os carros desistem de seguir
Começando a subida da Rua das Montanhas

O pessoal da recepção da pousada disse que a trilha era tranquila e que podíamos fazer sem guia, sem problemas. Realmente é possível, mas para aqueles que preferem a segurança de um guia, na entrada da trilha mesmo é possível comprar um passeio guiado, a partir de R$ 38,00 por pessoa. Também na entrada da trilha há uma vendinha com água, sucos e snacks. Se não tiver na mochila, compre água. Você vai precisar! 😉

Passeios com guia (Agência Monte Verde)
Passeios com guia (Agência Monte Verde)

Bem, hora de arregaçar as barras das calças e começar a subida para a Pedra Redonda (a trilha é a mesma para vários outros picos, mas nós só fomos mesmo à principal pedra, porque queríamos aproveitar a tarde em família). Até o alto da Pedra são cerca de 900m, por uma trilha que começa tranquila, mas vai complicando mais pra frente, especialmente se você optar por ir mais tarde, quando muita gente já foi e voltou e já sapateou bastante o caminho, que vira uma lama só. Antes de chegar no topo da pedra, mais ou menos uns 200m antes, tem um mirante com uma vista bem bonita. Ali é uma ótima oportunidade de admirar as montanhas e descansar para a subida final, que é bem íngreme.

O começo da trilha
O começo da trilha
Mirante Pedra Redonda
Mirante Pedra Redonda
A Pedra Redonda vista do mirante (sim, é pra lá que a gente vai!) ;-)
A Pedra Redonda vista do mirante (sim, é pra lá que a gente vai!) 😉

Antes de seguir com o relato do tour, gostaria de abrir um parênteses aqui. Todos nós sabemos que MV é um destino romântico e cheio de charme, portanto, cheio de casais apaixonados. E, de fato, é tudo isso mesmo! Mas eu gostaria de fazer um alerta: meninos, saiam de casa sabendo que vocês vão sim botar o carro de vocês numa cilada, não tem jeito! Meninas, por favor, trilha não se faz de bota de salto nem de sapatilha social. Estando com isso ajustado, é só aproveitar o passeio em harmonia. Vai dar tudo certo! 😉

Achei importante dar essa dica, porque o que nós vimos de casais discutindo por não terem se preparado para o que teriam no fim de semana foi um estouro. As brigas já começam na chegada, com eles se irritando com as ruas esburacadas e de terra. Depois se estendem pelo fim de semana inteiro quando colocam as meninas de salto alto nas trilhas. É uma loucura!

Dito isso, já podemos seguir, rs.

Do mirante até o topo da Pedra Redonda é o trecho mais cansativo, mas a recompensa na chegada é demais. A vista lá de cima é muito, muito linda! Uma sensação de liberdade total. Eu cheguei bem cansada e querendo tirar a blusa, mas logo senti que precisaria, na verdade, era colocar o gorro. Lá no alto venta muito e a sensação é de tipo 0ºC quando lá embaixo está 10ºC. Bem frio mesmo! Então, levem luvas e um gorro na mochila (além de água, claro!).

No vídeo abaixo vocês podem conferir todo o passeio, desde a saída na Rua das Montanhas até a trilha para o topo da Pedra Redonda (vocês vão entender a dica do carro e do sapato adequado. E vão concordar comigo, tenho certeza!)

Ficamos um tempo lá em cima e logo descemos para a pousada para um bom banho e, depois disso, para repor as energias (ou fazer gordice, como melhor entenderem!), rs.

Almoço no Chico Fartura
Almoço no Chico Fartura

Para o almoço escolhemos o restaurante Chico Fartura, que é do mesmo dono da pousada e, com isso, oferece desconto de 10% para quem está hospedado lá. Ótima escolha! A comida é bem gostosa, a cerveja gelada e o atendimento simpático. Meus pais se esbaldaram num leitão à pururuca (R$ 82,00 para duas pessoas), que acompanhava arroz, tutu à mineira, couve, torresmo, linguiça. Nossa! Uma delícia só. Eu fui de arroz, batata sauté e a famosa truta com alcaparras (R$ 42,00). Cristina foi de salada, mas experimentou um pouco aqui e ali, rs. Para beber, a caipirinha com cachaça mineira é uma ótima pedida e as cervejas alemãs também. A Paulaner, aliás, é muito forte por lá.

Depois do almoço ficamos indo e vindo na Av. Monte Verde, por entre os tantos empórios, lojinhas, cafés. Minha mãe se acabou de comprar queijos, doces e pães. E tudo muito gostoso! No intervalo de uma coisa e outra, um chocolate quente vai muitíssimo bem. Lá tem Toco e Montanhês, que também tem em Campos do Jordão, tem a Gressoney Chocolates, que é uma das mais antigas fábricas de choco de MV, e tem Casa do Pão de Queijo que também tem máquina de chocolate cremoso (eu experimentei o choconhaque e digo: tá mais que aprovado!).

Também passamos pelo Orquidário mas nem entramos. Minha irmã desceu pra dar uma olhada e disse que não tinha nada de muito especial, então acabamos seguindo.

Já no fim da tarde, começamos a organizar a programação noturna, agendando um tour de cervejas no Chopp do Fritz. Ao lado da cervejaria/restaurante típico alemão, tem a fábrica da cerveja com visitação. O Fritz fica na Rua Rolinha, bem em frente ao Restaurante Mont Vert (ou Casa do Fondue), que é a principal parada para quem quer comer fondue (na realidade, todos os restaurantes da cidade oferecem o prato suíço, então não é muito difícil por lá. A cidade cheira fondue e todo mundo sai meio defumado dos restaurantes, rs).

A experiência cervejeira custa R$ 25,00 por pessoa, com direito a uma garrafa de cerveja e degustação do chopp produzido naquele dia, e tem em vários horários (na parte da manhã, até às 15h; à noite, às 19h – com agendamento). Eu confesso que fiquei um pouco decepcionada, primeiro porque o tour foi um pouco puxado, técnico demais para quem não está pensando em produzir cerveja em casa (nosso caso e de todo o grupo que estava conosco!). Segundo porque eu queria o copo, não a cerveja, rs. Já fiz alguns passeios assim, com degustação (de cervejas ou vinhos), e normalmente a lembrança é o copo, não a cerveja. Humpft! A cerveja você compra a que mais gostar, já o copo é a recordação do lance todo. Enfim.

Papai aproveitando a degustação no Chopp do Fritz
Papai aproveitando a degustação no Chopp do Fritz

Sobre o chopp (o que experimentamos lá foi o Natur), ainda estou em dúvida se achei realmente bom ou mediano. Talvez não tenha sido de uma leva muito boa, não sei. Acho que preciso experimentar das cervejas que trouxe para casa antes de dar um palpite mais apurado, rs. Atualizo a minha opinião aqui depois! 😉

Depois da visitação, é claro, fechamos a noite com rodízio de fondue. Como falei antes, todas as portas de MV tem placas “rodízio de fondue”. Os preços variam de R$ 49,00 a R$ 79,00 por pessoa, com rodadas do prato doce e salgado. Na Casa do Fondue tem rodízio a partir de R$ 69,00. No Chico Fartura, tem por R$ 49,00.

A programação do domingo acabou sendo encurtada (tivemos que voltar para casa mais cedo!), mas tínhamos na agenda visitar novamente o Chopp do Fritz para comer o famoso pastel de eisbein (joelho de porco) com catupiry, super tradicional na casa. Devo voltar para experimentar! 😉

Das coisas que não fizemos (porque o objetivo da viagem era curtir os “véios”), estão: cavalgadas (escolha visitar haras ou fazendas que dê boas condições para os cavalos. Há muita gente assediando os visitantes no meio da Av. Monte Verde oferecendo cavalos, mas dá pra ver que os bichinhos ali são muito judiados), passeios de quadriciclo, mountain bike, motocross, trilhas nível intermediário/avançado, cachoeiras etc.

Monte Verde é o paraíso do ecoturismo para os que gostam de aventura, e do charme para os casais apaixonados. E entre um e outro, o aconchego para a família. Aproveitem! 😉

Monte Verde em dicas curtas:

  • Procurem chegar ainda durante o dia, especialmente se a sua pousada não for no centrinho. É sempre bom poder olhar direitinho o caminho na primeira vez para não cair numa cilada.
  • Meninas, cuidado para não errar o dress code. Se forem para as trilhas, por favor, levem tênis e roupas confortáveis. Definitivamente sapatilha e bota de salto não combinam com terra e longas caminhadas. Vão por mim! 😉
  • Motoristas, o carro vai sujar, vai pegar subida, vai pegar buraco. Na dúvida, optem pelos passeios com jipes 4×4.
  • Passeios a cavalo: escolham ir a lugares que realmente cuidem dos bichinhos. Aqueles que são expostos na avenida com certeza sofrem.
  • Levem dinheiro (papel) e, quem sabe, até talão de cheques. Muito lugar não aceita cartão e não é todo banco que tem lá. Há uma agência do Banco Bradesco e caixas eletrônicos do Itaú, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal (todos na Av. Monte Verde).
  • Esqueçam a dieta em casa. MV é para comer e beber muito (e com qualidade), então não dá pra encanar.

 

6 comentários sobre “Monte Verde: aconchego e aventura em Minas Gerais

  1. seu post e maravilhoso o melhor ate hoje adorei Gisele muito detalhado bem explicado muito divertido eu estive em monte verde em dezembro e amei nao fiz nenhuma aventura radical pois estava chovendo mais aproveitei muito a cidade fiquei encantada a cidade estava enfeitada do natal comi muito, bem bebi ,bom vinho ,vi os esquilo bem de perto uma graça curtir o bares a noite escutei boa musica fiquei de madrugada andando pela cidade coisa que nunca faco, espero voltar logo tenho muitas coisas que nao fiz e vi espero que goste um abraco tchau

    Curtido por 1 pessoa

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